terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Nas férias, que cuidados ter com a saúde da criançada?

As férias escolares e o verão chegaram o que muda a rotina da garotada seja na alimentação ou no tempo em que passam expostas a atividades ao ar livre. Se o tempo livre é sinônimo de diversão para os pequenos, para os pais pode representar uma dose a mais de preocupação. Livres e soltas o durante o dia inteiro, a garotada fica mais propícia a sofrer com as conseqüências do calor, com os riscos de intoxicação, traumas e com pequenos acidentes domésticos. Em algumas unidades de saúde, os atendimentos pediátricos de urgência crescem até 50% nessa época. Confira as dicas dos pediatras do Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), no Rio de Janeiro, para evitar problemas durante a estação.

O perigo da desidratação

O calor e as brincadeiras fazem a transpiração aumentar. Com isso, as crianças perdem água e sais minerais proporcionalmente mais rápido do que os adultos. Se a reposição de líquidos não for feita adequadamente, a desidratação pode trazer conseqüências graves. "Quando a criança pede água, em geral, é sinal de que o organismo está necessitando hidratar-se", alerta o chefe do Serviço de Pediatria do HSVP, Alberto Elias Chacur.

Procure oferecer água e sucos naturais à criança, mesmo quando estiver sem sede. Escolha roupas claras, folgadas e fresquinhas, evitando tecidos sintéticos e dando preferência aos de algodão.

Os sintomas da desidratação são vários: olhos fundos, pele ressecada, cansaço, letargia, longos períodos sem urinar e, nos bebês, a moleira pode se apresentar baixa ou deprimida. "Na presença de qualquer destes sinais, dê ao seu filho o soro hidratante e procure auxílio médico", orienta o especialista.

De olho na alimentação

O calor facilita a proliferação de microorganismos, estragando os alimentos mais rapidamente e aumentando a incidência de gastroenterites. "Vômitos e diarréias levam rapidamente a criança à desidratação, é preciso tomar cuidado. Quanto mais nova, mais facilmente a criança pode desidratar-se" diz o pediatra.

Alimente a criança preferencialmente em casa, evitando salgadinhos e besteiras compradas na rua. "Não deixe alimentos fora da geladeira e lave sempre muito bem as frutas e verduras antes do consumo. Água de beber, só mineral, filtrada ou fervida e sempre fresca", alerta Alberto Chacur.


Mar e piscina, ameaça aos ouvidos

Ninguém resiste a um mergulho e as crianças não querem sair da água. Esse prazer, no entanto, pode provocar problemas nos ouvidos, como as otites – inflamações que atingem o canal externo do ouvido. Normalmente causada por bactérias e fungos, a doença é comum crianças, devido ao maior tempo que passam dentro da água. "Não deixe que a criança introduza no ouvido cotonetes ou outros objetos, como chaves, palito de fósforo e tampa de caneta, para evitar traumas, da mesma forma não faça a retirada total da cera, porque é uma proteção natural do ouvido", diz Chacur. Se reclamar de dor, é hora de levar ao médico.

Proteção solar é fundamental

O fator de proteção 30 é o mínimo indicado para as crianças, mas vai depender também do tipo de pele, e a regra é simples: quanto mais clara, mais alto deve ser o filtro solar. "Isso vale para bebês com mais de 6 meses de idade. Antes disso, não é recomendado o uso de protetores, e os pais devem evitar a exposição prolongada, mantendo-os na sombra, com camisetas e chapéus", afirma o pediatra.

Se a criança for alérgica, é preciso procurar orientação com o pediatra ou um dermatologista sobre o produto ideal para ela. Filtros solares coloridos oferecem a mesma proteção que os sem cor e podem ajudar a criança a divertir-se com o momento da aplicação do creme. Lembre-se: o ideal é que o filtro seja passado meia hora antes da exposição solar. Não se esqueça de repassar o protetor, o que deve acontecer a cada duas horas. "Se o seu filho for para a água, enxugue-o e repita a aplicação. Não economize no produto", recomenda Chacur.

Outro cuidado com o sol é levar um chapéu com abas para proteger o rosto. "Bonés não são uma boa opção porque não cobrem a nuca nem as orelhas. Deixe que seu filho fique embaixo do guarda-sol vestindo uma camiseta de cor clara, de algodão. Evite que ele fique exposto ao sol das 10 às 17 horas", indica o chefe da emergência pediátrica do HSVP.

Brotoejas, inimigas das crianças

A miliária, popularmente conhecida como brotoeja, afeta a pele, em especial dos bebês com menos de dois anos de idade, nos meses de calor. As brotoejas são erupções vermelhas que surgem no rosto, pescoço, ombro, e locais onde se concentra maior número de glândulas sudoríparas. Para prevení-las, a recomendação é ficar em ambientes frescos e usar roupas leves e folgadas. Além disso, é fundamental manter a pele das dobrinhas sempre seca e limpa. O uso de loções específicas para brotoejas também ajuda a manter a hidratação da pele. Se não cuidadas, as brotoejas podem provocar infecções, pois a pele fica mais exposta a bactérias.

Acidentes domésticos

Dados do Ministério da Saúde mostram que mais da metade dos casos desses atendimentos é resultado de quedas. A cozinha é outra vilã, já que abriga talheres pontiagudos, pratos e copos que podem se quebrar, além de panelas quentes e o próprio fogão, um perigo para as crianças. Outros acidentes comuns são causados por tomadas elétricas e quinas de móveis, e pela ingestão de remédios, produtos de limpeza e brinquedos de pequeno porte.

Alberto Chacur recomenda o uso de protetores de tomadas, manter objetos perigosos longe do alcance das crianças, deixar produtos de limpeza e remédios trancados em armários. "Não deixe fósforos ou isqueiros em locais de fácil acesso, pois as crianças podem se ferir", alerta.

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